Desde 2007 na ativa o NOVAGUARDA vem se destacando a cada dia consolidando-se como um dos grandes nomes provindos da quentura do sertão pernambucano. E para conhecermos um pouco mais do trabalho banda recebemos seu vocal Júlio Ferraz para bater um papo com o Zuada do Sertão.
Zuada do Sertão - Júlio, inicialmente muito obrigado por ajudar a enriquecer nosso blog, muito me honra saber que uma banda de tanta qualidade nasceu na terra batida do nosso sertão. De inicio gostaria que você nos falace sobre a origem do nome da banda e apresente um pouco da proposta do Novanguarda aos nossos leitores.
Júlio Ferraz - O nome da banda é uma referencia ao que não existe e ao mesmo tempo lhe abre portas para um raciocínio obsessivo e quase lógico as nossas influências.
Novanguarda desde que iniciou as atividades lá para o ano de 2007 em Floresta que tenta não se embebedar de uma única fonte e passamos a produzir muito.
Para mim é complicado ficar preso a um único tema ao compor, não dá, vivemos em círculos de opiniões e minha vida é muito relacionada ao imprevisível. Mas gosto disso, esse lance de não ter meu umbigo preso me deixa mais a vontade para experimentar e ir bem além do que eu mesmo planejo.
Logo nossa proposta é fazer música sem ter que se prender a um único rótulo, não acho bacana essa ideia de ser um objeto musical ou a música se tornar um objeto de plástico, pois ela vira um alvo fácil a ganhar um prazo de validade.
Zuada do Sertão - Apesar de ainda jovem a banda já trás uma bagagem considerável com duas demos, dois singles um EP, duas participações em coletâneas de circulação nacional e eventos de grande repercussão, vocês imaginavam tais proporções para o trabalho em tão pouco tempo?
Júlio Ferraz - Quando se pensa em fazer um trabalho devemos dar tudo de nós e o resto é consequência. O que rolou até agora foi apenas o resultado de trabalhos que fizemos, nada muito grande nem tão pequeno que não se possa ver, tudo bem proporcional ao que podíamos ter diante das nossas condições.
Ao iniciar algo, nunca dá pra se pensar tão longe e ao mesmo tempo a mente nunca fica tão parada. Uma parte de mim imaginava conseguir uma quantidade de trabalhos respeitáveis feitos em pouco tempo, já uma outra parte dizia "você é um merda, acorda que isso é sonho".
Zuada do Sertão - E para o futuro próximo, quais os planos da banda, e quando sai o tão aguardado “A Máquina de Retratos”?
Júlio Ferraz - Os planos são de concluir o disco, lançar e sair em turnê.
"A Máquina de Retratos" ainda não tem uma data fechada para ser lançado no mercado, mas ainda nesse semestre acredito que já esteja disponível.
Zuada do Sertão - Pelo que sei a banda sofreu algumas mudanças de integrantes até se concretizar o power trio com você, o Manoel Fubika e o Carlinhos V10, como se deu a união entre vocês três?
Júlio Ferraz - Eu conheci Manoel dentro de um ônibus, trocamos uma ideia e pouco tempo depois ele já estava na banda, foi realmente em uma viagem.
Carlinhos eu conheci através de Manoel. O antigo baterista não estava dando conta e ele assumiu o lugar.
Zuada do Sertão - Eu diria que quando se ouve o som do Novaguarda agente não está apenas escutando música, parece que estamos se envolvendo numa atmosfera intimista carregada de psicodelismo musical, de onde vem a inspiração na composição das músicas do grupo?
Júlio Ferraz - A inspiração vem do cotidiano e a psicodelia do fato de gostarmos de improvisar, tudo somado gera essa atmosfera que você cita na pergunta.
Zuada do Sertão - O Novaguarda nasceu na cidade de Floresta no sertão do Pernambuco mas atualmente reside em Recife, essa mudança se deu exatamente para tentar buscar uma maior divulgação para com o trabalho feito pelo grupo?
Júlio Ferraz - A mudança para o Recife se deu pela vontade de estender as possibilidades. Em Floresta eu me via ainda muito limitado naquela época e eu queria conhecer mais, aprender mais, tocar com outras pessoas também, sair um pouco de casa.
Zuada do Sertão - Como falamos anteriormente vocês participaram de duas coletâneas de circulação nacional “Álbum Branco Indie Version” em 2008 e “Beatles 67’(vol. 2)” em 2010, tendo este último inclusive as participações de Zé Ramalho e Autoramas, como pintaram tais convites e qual a sensação dentre tantas bandas deste país terem a oportunidade de compor tais homenagens aos quatro carinhas de Liverpool?
Júlio Ferraz - O famoso White Álbum dos Beatles em 2008 comemorava 40 anos e o produtor carioca Marcelo Fróes iniciou uma brincadeira no Orkut que acredito que foi o que selecionou grande parte das bandas que fizeram o repertorio da trilogia.
Agente gravou "Circles", ele gostou e em 2009 nos enviou um email para gravarmos uma versão de "Blue Jay Way" do "Magical Mistary Tour" que foi lançada ano passado no disco "Beatles 67(vol.2)".
Sobre a sensação, é sempre a melhor e difícil de descrever, é muito bom.
Zuada do Sertão - Sem sombra de dúvidas a produção audiovisual do Novanguarda merece destaque e eu particularmente acho muito interessante que as bandas invistam nesta mídia, e inclusive vi que você é responsável por parte da produção dos clipes, com isto gostaria que você nos falasse um pouco dos motivos que levam o Novaguarda a apostar nesse seguimento artístico.
Júlio Ferraz - Os videoclipes são uma ótima ferramenta para o entendimento da obra.
Zuada do Sertão - Recentemente o Novanguarda atravessou ainda mais a fronteira musical e foi parar nas telas com o filme “O Palco” do cineasta Robério Santos, como foi essa experiência e nos fale um pouco sobre o filme?
Júlio Ferraz - Acho que esse é um bom momento para esclarecer isso.
O filme "O Palco" foi gravado no Recife durante o carnaval de 2009, mas nunca foi concluído e não sei se um dia Robério ainda vai retomar esse trabalho, existe apenas uma série no youtube com parte desse material.
Zuada do Sertão - Júlio, muito obrigado pela disponibilidade e para finalizar gostaria que deixasse os contatos para show e agenda da banda e como de praxe deixasse uma mensagem para a galera que curte, luta pelo seu som e valoriza a cena alternativa em nosso sertão.
Júlio Ferraz - Bom pessoal sou muito grato pelo convite e quem quiser entrar em contato pode ser pelo email (Júliovanguarda@hotmail.com ou pelo fone 81-9423-8792) e a mensagem que eu posso deixar para as bandas é que acreditem no que faz e sigam em frente. Existem bons e maus momentos, isso é completamente normal. Trabalhem bem, se dediquem e aguardem os resultados.
Um enorme abraço a todos e muito obrigado.
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